Militância sindical têxtil e alianças políticas: comunismo, trabalhismo e nacionalismo na experiência operária fluminense (1955-1964)

Resumo

Este artigo tem como objetivo investigar a participação dos trabalhadores têxteis de Niterói e de Magé na tessitura das alianças entre comunistas e trabalhistas no antigo estado do Rio de Janeiro, a partir da segunda metade dos anos 1950 até o golpe civil-militar, em 1964. Esta categoria, comumente designada como “tradicional” dentro da esfera produtiva, desempenhou um papel destacado no cenário político fluminense, tanto por sua intensa atividade sindical, quanto pelo seu protagonismo em episódios políticos importantes, desde as primeiras décadas do século XX. Nos anos 1950, quando o país registrava índices crescentes de greves operárias e manifestações contra a carestia, os têxteis fluminenses, agora amplamente articulados com outras categorias de trabalhadores - notadamente operários da construção naval e civil em Niterói e lavradores em Magé – buscavam, como alternativa para maximizar a sua participação junto às esferas de poder, uma articulação com correntes políticas unificadas sobre bandeiras nacionalistas e trabalhistas.